O estudo tem por base empírica cartas de alforrias e registros de batismos de escravos do Rio de Janeiro no século XIX. Seu argumento central, igualmente observado por Joaquim Nabuco, diplomata e abolicionista brasileiro, é o de que a escravidão na América portuguesa apresentava grande singularidade em relação aos sistemas escravistas de outras regiões americanas. Em especial, os altos graus de alforrias, que além de ensejar uma acentuada miscigenação racial, permitia a mulatos e negros o acesso ao mercado de escravos, conferindo à ordem escravocrata níveis de adesão que ultrapassavam as fronteiras da cor.
Florentino, M. & Pinto, J. (2013). Padrões de mobilidade e miscigenação racial no Brasil escravista, Rio de Janeiro, século XIX. América Latina en la Historia Económica, 20 (3), pp. 5-27.