Alguns aspectos da ecologia (principalmente reprodução e dieta) do lagarto scincídeo Mabuya agilis foram estudados com base em amostras mensais realizadas de dezembro de 1997 a abril de 1999 em uma área de floresta tropical serrana no estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil. Dos 197 espécimes coletados, 82 eram machos, 110 eram fêmeas, e o resto não pôde ser corretamente sexado. Lagartos variaram em comprimento rostro-coacal de 30 a 96 mm e foram sexualmente dimórficos em tamanho, com fêmeas atingindo maiores tamanhos que machos. A menor fêmea grávida mediu 54.0 mm. O tamanho da ninhada para 49 fêmeas grávidas variou de 2 a 9 (média = 5.7) e esteve positiva e significativamente relacionado ao tamanho dos lagartos. As presas dominantes na dieta de M. agilis foram baratas, ortópteros e aranhas. A população de M. agilis aqui estudada diferiu de outras populações conspecíficas previamente estudadas em hábitats de «restinga» nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, sendo que os indivíduos crescem a tamanhos maiores e a fecundidade é mais alta, possivelmente devido a uma maior disponibilidade de alimento no hábitat de floresta tropical serrana.
Teixiera, R. et al. (2003). Ecology of Mabuya agilis (Squamata: scincidae) from a montane atlantic rainforest area in Southeastern Bra. Cuadernos de Herpetología, 17 (1-2), pp. 101-109