A mineração de carvão na Região Carbonífera de Santa Catarina atua com uma abordagem de fim-de-tubo. Os resíduos sólidos (rejeitos de carvão) são dispostos em módulo de rejeitos. Os efluentes líquidos (drenagem ácida de minas - DAM) são encaminhados a estações de tratamento de efluentes. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar uma alternativa de produção mais limpa do carvão, através do beneficiamento gravimétrico dos rejeitos de carvão. A metodologia do trabalho consistiu na separação gravimétrica por meio denso de uma amostra típica de rejeito de carvão, obtendo-se três frações densimétricas: (a) um material com densidade inferior a 2.2 (rico em rochas carbonosas), (b) um material com densidade entre 2.2 e 2.7 (rico em minerais inertes), e (c) um material com densidade superior a 2.7 (concentrado de pirita). Cada fração foi analisada para sua potencial aplicação. Pode-se concluir que é possível processar gravimetricamente os rejeitos de carvão, com possibilidade de aproveitamento dos materiais e redução dos impactos ambientais. Entretanto, o conceito gestão apresentado somente é possível através da quebra de paradigmas e uma mudança cultural por parte das principais partes interessadas (empresas, poder público e sociedade).
Weiler, J., Ramos, J. & Schneider, I. (2014). Processamento de rejeitos de carvão e redução do impacto ambiental. AUGMDOMUS, 6, pp. 80-94.