O estado de Insegurança Alimentar que atinge 925 milhões de pessoas no mundo, sendo que 800 milhões destas vivem no campo, vem sendo agravado pela tendência atual do aumento do preço dos alimentos. Esta elevação, assim como a presente volatilidade, não pode ser justificada pela escassez futura e pelos desvios da oferta para outras finalidades, mas por outros fatores, estruturais e conjunturais. Existe uma má distribuição dos alimentos que são produzidos, sendo que são os problemas de acesso que acarretam no crescimento da insegurança alimentar. Para fazer frente a estas questões é preciso lançar mão de um conjunto de políticas públicas. No curto prazo será necessário contrabalancear os efeitos negativos das crises sobre as populações mais vulneráveis. Entre o conjunto dessas políticas se propõem uma atenção especial aos estoques reguladores, ao abastecimento e a garantia de acesso através de programas de transferência de rendas. No médio e longo prazo, os governos nacionais devem investir na produção agrícola tendo como foco o pequeno produtor e a redução de custos dos insumos.
Capacle, V. & Belik, W. (2013). A crise dos alimentos e os agravantes para a fome mundial. Mundo Agrario, 14 (27), pp. 1-28.