Este artigo deriva da minha dissertação de mestrado, cujo objetivo consistia em entender as transformações sofridas pela historiografia da escravidão nos últimos anos. Estas transformações podem ser resumidas como um movimento de fragmentação do conhecimento histórico e de questionamento da possibilidade de uma explicação objetiva da realidade histórica. Procuramos mostrar como este debate -que não constitui uma especificidade da historiografia brasileira, podendo ser pensado como parte de um processo mais amplo de abandono e negação das teorias totalizantes da história- tomou forma nos trabalhos sobre a escravidão. Confrontamos então autores de distintas gerações, procurando identificar as diferenças teóricas a partir das quais alguns procuram estabelecer marcos divisórios entre “novas” e “velhas” abordagens sobre este tema.
Berman, D. (2002). Da sociedade escravista ao ser escravo. Trabajos y comunicaciones, nro. 28-29, pp. 96-124.